Diana Ramos Queiroz
Senior Manager - Wyser Engineering | Tack & TMI
59%, esta é a percentagem de mulheres entre a população ativa com ensino superior, segundo a CIG. No entanto, a presença feminina em cargos de liderança permanece desproporcionalmente baixa.
Esta discrepância pode ser atribuída, em parte, à duplicidade de padrões de comportamento muitas das vezes associadas aos dois géneros. Veja-se por exemplo, enquanto a assertividade é frequentemente valorizada nos homens como sinal de liderança, o mesmo comportamento nas mulheres pode ser interpretado como agressividade ou autoritarismo. Esta perspetiva impõe desafios adicionais às mulheres em posições de liderança, que de precisam equilibrar a sua postura para evitar julgamentos negativos.
Para enfrentar e superar esses desafios, é crucial que as organizações e as líderes femininas adotem estratégias específicas que promovam a igualdade de género. A implementação de medidas que assegurem igualdade salarial e a conciliação entre a vida profissional e pessoal são passos fundamentais para corrigir essas disparidades. Programas corporativos de diversidade e inclusão têm desempenhado um papel essencial na promoção da equidade no ambiente profissional, incentivando políticas que eliminam barreiras à progressão das mulheres e asseguram uma avaliação justa baseada no mérito. Além disso, a educação e a sensibilização são ferramentas essenciais para desconstruir estereótipos de género e ultrapassar vieses inconscientes e assim contribuir para um ambiente mais inclusivo e equitativo.
A promoção de redes de mentoria e apoio entre mulheres líderes fortalece a troca de experiências e possibilita suporte mútuo, facilitando a ascensão a posições com maior destaque. Da mesma forma, investir no autoconhecimento e no desenvolvimento de competências de comunicação assertiva permite que as mulheres enfrentem adversidades sem comprometer a sua identidade profissional.
A transformação da cultura corporativa exige um compromisso conjunto de empresas, líderes e sociedade para desconstruir preconceitos enraizados e promover um ambiente onde o talento e as competências sejam os principais critérios de avaliação, independentemente do género. Apenas através desta mudança será possível criar um futuro onde o género não seja um impeditivo para o a acesso a cargos de liderança, garantindo assim um mercado de trabalho mais justo e diverso.